sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Uma reflexão sobre o pensamento pedagógico de Henri Wallon

Henri Wallon (1872-1962) foi um estudioso que se dedicou ao entendimento do psiquismo humano, seus mecanismos e relações mútuas, a partir de uma perspectiva genética. Por isso seu interesse pelo desenvolvimento infantil, já que na infância se localiza a gênese da maior parte dos processos psíquicos.

Além disso, Wallon participou ativamente de debates em torno do tema Educação, contribuindo com críticas à educação tradicional. Dessa forma, podemos encontrar em sua obra interessantes posições, apesar de esse autor não ter proposto um método pedagógico.

Nesse texto, Izabel Galvão aponta as contribuições da obra de Wallon ao pensamento pedagógico, oferecendo subsídios para os educadores compreenderem e refletirem sobre sua relação com seus alunos e a organização do trabalho em sala de aula.



"O projeto de sua psicogenética (de Wallon) é o estudo da pessoa completa, considerada em suas relações com o meio (contextuada) e em seus diversos domínios (integrada). Contrário ao procedimento de se privilegiar um único aspecto do desenvolvimento da criança, WALLON o estuda em seus domínios afetivo, cognitivo e motor, procurando mostrar quais são, nos diferentes momentos do desenvolvimento, os vínculos entre cada um e suas implicações com o todo representado pela personalidade. Desta opção, resultam quatro temas centrais na sua teoria: emoção, movimento, inteligência, personalidade."

"A serviço da Educação, a psicogenética walloniana oferece subsídios para aprofundar a reflexão sobre a prática pedagógica, motivando a investigação educacional. Ao mesmo tempo, impõe exigências sobre esta prática, cobrando da Escola o atendimento do indivíduo na integridade dos domínios que o constituem (afetivo, cognitivo e motor)."

"Tendo acesso a material teórico que aborda de forma integrada, temas como expressividade, emoção, gestualidade, movimento, representação mental, pensamento discursivo, o professor estará provavelmente melhor preparado para atender a criança em suas diversas necessidades, assim como impulsionar o seu desenvolvimento e favorecer sua aprendizagem. Afinal, a Escola não deve dissociar a formação da inteligência da formação da personalidade, pois a inteligência tem ´status´ de parte no todo constituído pela pessoa e seu desenvolvimento está ligado ao das outras esferas constitutivas deste todo."

"Esta concepção valoriza o papel do professor. Como elemento diferenciado, é o responsável pela unidade do grupo, podendo receber as manifestações das crises infantis com o distanciamento necessário para não as comprimir nem se submeter a elas.(...) O professor é valorizado também do ponto de vista do conteúdo. Não se deve colocar como exclusivo detentor do saber e único responsável pela sua transmissão, mas tampouco abdicar deste papel, submetendo-se indiscriminadamente à espontaneidade infantil".



Fonte: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/dea_a.php?t=009

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